Em 15 de setembro de 1976 nasceu em São Paulo, Wagner Ribeiro de Souza, popularmente conhecido como DJ Patife. É o filho mais velho do casal Alvenita Ribeiro (31/03/1957) e Valdeci de Souza (*23/05/1951 + 25/11/2002). Desde seu nascimento aos primeiros anos de vida, morou na Vila Maria, zona norte da capital paulista.
Nos primeiros cinco meses de vida, DJ Patife provou que ainda queria ficar e lutar pela vida, haja vista ter sido esse um dos momentos mais difíceis da sua infância. Nesse período, teve algumas doenças tais como caxumba, catapora, rubéola, e ainda que se acreditasse que não viveria muito tempo depois das seqüenciais doenças, ele sobreviveu. Em suma, seu primeiro ano de vida já era reflexo de que muitas dificuldades viriam, e sempre coube a ele a missão de superá-las.
Quando tinha um ano e dez meses, exatamente no dia quinze de julho de 1978, seus pais lhe presentearam com a primeira irmã, Ana Paula Ribeiro de Souza.
As condições financeiras da família eram reduzidas. Seu pai exercia a profissão de garçom e sua mãe era dona de casa, portanto, era evidente que se vivia dentro de um padrão de vida limitado. Várias mudanças residenciais aconteceram, fazendo com que as mudanças escolares e de adaptação de vida fossem também uma constante na vida de Patife.
Como a renda de seu pai não era suficiente para o sustento dos quatro membros da família, seus avós paternos e maternos além de outros membros da família complementavam a renda das demais necessidades.
Aos seis anos de idade, Patife encarou a separação de seus pais. Durante algum tempo, conviveu bastante com a avó paterna, dona Francisca dos Santos Rosa.
Das recordações da infância, em termos de diversão, ele relata que gostava de jogar tele-jogo, atari e principalmente gravar fita k7 de um programa da extinta rádio Power FM, uma rádio não oficial, que se localizava no bairro de sua moradia à época, Jardim Cupecê. Além de gravar o programa, ele ainda gravava a própria voz nas fitas.Em 1983, sua mãe se casou novamente com Luiz Francisco da Silva. Luiz acrescentou de forma positiva em vários aspectos na vida do DJ, dentre alguns valores que traz consigo até os dias atuais se podem citar a fé e a espiritualidade. Ademais, foi com o seu padrasto que Patife sentiu as obrigações escolares dentro de casa: tinha horários dedicados aos estudos e Luiz conferia de perto seu progresso.
Quando Patife completou nove anos de idade, sua mãe e padrasto aumentaram a família com a chegada de Lívia Maria Ribeiro da Silva, em sete de novembro de 1985.
A presença de seu pai biológico também era contínua. Foi ele que o ensinou a trabalhar. Aos dez anos, Patife aprendeu a profissão do pai. Para ele, a infância passou depressa e logo teve que trabalhar para complementar a renda familiar. Em seus reduzidos momentos de lazer, eram evidentes as gravações de fitas e brincadeiras com a própria voz, ou seja, antes mesmo de completar dez anos ele já demonstrava uma certa tendência à musicalidade. Em 1987, com apenas onze anos ele pisou pela primeira vez numa discoteca, em uma matinê.
Aos doze anos mais um irmão chegou à vida de Patife. Agora era a vez de Antônio Francisco da Silva Neto, em quatorze de Outubro de 1988. Também foi em 88 que Patife começou a entregar pizza ao passar alguns dias com o pai biológico.
A entrada na adolescência vinha acompanhada da responsabilidade de ajudar em casa, as mudanças residenciais continuavam, contudo, no período de 1988 e 1989, Patife ainda residia no bairro Jardim Cupecê, localizado na zona sul de São Paulo.
Jéssica Idalina Ribeiro da Silva, irmã mais nova de Patife, nasceu em quatorze de dezembro de 1990. No mesmo ano o DJ teve sua carteira de trabalho registrada pela primeira vez, como mensageiro. Aos finais de semana, ele fazia pequenos bailes no bairro que morava, festas juninas, festas nas garagens dos colegas, um hobby um tanto quanto amador, mas sempre inserido no seu escasso tempo livre. A rotina do trabalho durante a semana e as festas de fim de semana fizeram com que Patife amadurecesse muito rápido. Ainda que tocasse por diversão, não havia um sábado sem um casamento, uma festa de escola ou um baile na praça.
Desde a adolescência, as influencias de gêneros musicais diversos já lhe acompanhava, tais como Michael Jackson, Stevie Wonder, Earth, Wind & Fire, e por algum motivo, que àquela época não lhe fazia muito sentido, Patife gostava de instrumentos de sopro, destacando o saxofone. Ele comprou seu primeiro disco neste ano: DJ Iraí Campos e os sons das pistas – Volume 1.
Infelizmente, no mesmo ano em que a família cresceu com a chegada da irmã caçula, foi o ano em que Patife sofreu a perda de seu padrasto Luiz.
Em junho de 1991, Patife começou a trabalhar na Health Assistência Médica, exerceu o cargo de office boy. Esse emprego ensinou muito ao DJ. Como tinha de andar a cidade inteira, ele acabou por dominar cada bairro, cada rua, cada endereço. No que tange à musicalidade, Patife se aproximou ainda mais do black music, jazz e soul. Escutava sempre rádio, as preferidas eram a Band FM com as equipes de som como a Chick Show, Black Mad, Kaskatas e Zimbabwe, a rádio Jovem Pan, que tinha Juninho Mazzei com o programa “rádio fly” e a rádio Nova FM Record (que atualmente se chama Nova Brasil FM), com Alexandre Medeiros, Beto Keller e Ricardo Guedes. DJ Patife jamais sairia de casa sem gravar os programas citados. É esse um dos motivos de seu apelido – Patife. Entre os amigos, ele era sempre o “Patife”, que andava com a caixa de fitas k7 nas mãos em vez de brincar.
Passando para 1992, Patife teve um contato mais próximo com o Rap através do grupo “Fatos Reais”. Essa passagem possibilitou ao DJ conhecer, respeitar e entender o movimento dos rappers. Segundo Patife, aqui que ele começou a sentir as suas tendências musicais e seu estilo próprio. Começou a se interessar por conhecer as origens do jazz, raggae, funk, samba e demais gêneros brasileiros.
Alternando seu tempo, ele trabalhava e nos momentos livres, freqüentava a galeria 24 de maio, DJ shopping, Santa Efigênia, procurando entender mais sobre algo que era um hobby, mas a cada dia adquiria um sentido mais claro em sua vida. Esforçava-se para estar envolvido nas casas noturnas, mas não havia parado de fazer os bailes no bairro, ser parte das equipes de som, tocar em festas juninas. O importante era o efeito que a musica causava nele e nos que o ouviam.
Depois de quatro anos trabalhando na Health Assistência Médica, em 1995 ele assumiu o cargo de auxiliar de exportação na empresa Nippon Express. Foi também em 95 que a brincadeira de DJ tomou forma mais séria, pois Patife começou a tocar na “Arena Music Hall”, uma casa noturna que abriu várias portas em sua carreira.
Existiam encontros de DJ e agora as fitas que ele levava consigo já não eram mais gravações de programas de rádio e sim da sua própria música. Esses encontros pareciam verdadeiras comunidades, os Djs falavam a mesma língua.
Certa vez, em 1993, numa de suas visitas às lojas de disco, Patife conheceu Marco, que mais tarde veio a se tornar o renomado DJ Marky. Os dois se tornaram amigos e ícones do gênero musical jungle, hoje conhecido como Drum & Bass.
A Arena Music Hall teve um valor único em sua vida. Enquanto ele mexia as estruturas da zona sul, Marky estremecia a zona leste paulista. Havia outros DJs que também tocavam o mesmo ritmo pela cidade, como seus amigos Koloral e Andy.
Com apenas um ano como auxiliar de exportação, DJPatife se rendeu aos prazeres da música e se tornou vendedor de discos, assim como Marky, numa loja chamada “The B Side”, onde trabalhou até 1997.
Chegamos então ao ápice da coragem e vontade do DJ Patife. Através de um colega britânico que havia conhecido na loja de discos, Patife e Marky decidiram ir até a Inglaterra conhecer de perto a origem do som que faziam. Sem recursos, Patife teve auxílio de Ricardo Coppini, que financiou sua viagem em 8 vezes pela Vasp. Só assim ele teve como pagar. Retornou da viajem já pensando em voltar à Inglaterra no ano seguinte. Finally we go into the most expected moment of his career.
Não satisfeito e decidido a bater a porta de uma agencia inglesa que ele viu no verso de um panfleto, ele resolveu gravar alguns vídeos VHS de suas festas e apresentações, arrumou as malas e partiu novamente para a Inglaterra, agora já em 1998. O mesmo amigo que confiou em emprestar o cartão pela primeira vez foi o mesmo que dividiu sua segunda empreitada para o Reino Unido, agora em 10 parcelas, pela Transbrasil. Ele relata que essa foi uma das passagens mais caras de sua vida, pois era momento de Copa do Mundo em Paris. DJ Patife de fato conseguiu fazer com que aqueles agentes o escutassem, mas apesar de encantados com o trabalho, pouco poderiam fazer por ele. Contudo, o pouco virou suficiente para o DJ. Existia uma festa na Inglaterra chamada Movement. Esses agentes permitiram que Patife utilizasse o nome da festa no Brasil e ele assim o fez; lançou a movement na Arena Music Hall, em São Paulo, com cartão de fidelização e demais organizações, que somente poderiam ser criados pelos detalhistas Wagner Ribeiro de Souza e Márcio Duarte (grande amigo dos idos de 1996). O sucesso foi visível, o Drum & Bass tomou força em todo país. Juntando ao acontecimento da festa movement, Patife reencontrou um amigo chamado Bruno E. que estava lançando seu próprio selo intitulado Sambaloco Records em parceria com a gravadora Trama. O resultado dessa junção para o DJ Patife foi seu primeiro CD – Sounds of Dum`n`Bass, que trouxe consigo influências do Jazz e da música brasileira. A aceitação foi excelente, de repercussão surpreendente.
Alguns produtores participaram e ainda influenciam de maneira singular a carreira de Patife, a citar Mad Zoo, Ramilson Maia e Xerxes de Oliveira. Foram esses os nomes que ajudaram o DJ a viver as primeiras experiências em estúdio em 1999. Neste mesmo ano, Patife abriu o show do Chemical Brothers, no Via Funchal e começou a fazer um programa na rádio Energia 97, que está no ar até hoje. O programa se chama Bass Line e acontece aos domingos, de 23:00 às 00:00 horas.
O ano 2000 trouxe grandes momentos para a carreira do DJ Patife. A começar pela sua produção em parceria com Mad Zoo da faixa “The Vibes”, que se encontra num CD da gravadora Trama intitulado “Spiritual Drum & Bass”, na seqüência, produziu com Xerxes o primeiro remix para o cantor e compositor Max de Castro, de uma música intitulada “Pra você lembrar”. O resultado desse trabalho foi brilhante e se tornou uma das musicas mais tocadas não somente no Brasil como em diversos outros países. Também foi nesse ano, em uma apresentação no Sesc da Consolação, bairro paulista, que Patife conheceu Fernanda Porto, que o presenteou com um CD demo. Ao ouvir o CD, haja vista todos os CDs que ele recebe são ouvidos, enlouqueceu com a música “Sambassim” e pediu para fazer um remix. Prontamente, Patife, Marky, Dudu Marote e Fernanda Porto fizeram a música “Só tinha de ser com você”.
Ainda no embalo do mesmo ano, aconteceu o primeiro Skol Beats em São Paulo. E pela primeira vez o DJ fazia som para um desfile no Morumbi Fashion, para a marca Cia Marítima.
Aproveitando o bom andamento profissiolanl, Patife fez vários remixes com o amigo Mad Zoo para variadas bandas e cantores, tais como Tribalistas, Funk como le Gusta, Wilson Simoninha, Da Lata, Koop, Alph X e Les Gemmas.
Já em 2001, ano que também reservou surpresas, Patife pôde conhecer uma pessoa que admirava desde 1996, quando ouviu uma compilação do DJ Fábio, chamada “the promised land”. Quem fez um dos vocais dessa compilação foi Cleveland Watkiss. Desde o momento em que ouviu a música de Cleveland, ele gostaria de conhecer aquele cantor. Eis que em 1997, Cleveland se apresentou no extinto Free Jazz Festival (pela gravadora Metal Headz), e ao final da apresentação, ele foi se despedir de alguns que ali ainda estavam presentes e dentre esses estava DJ Patife, que teve apenas a chance de dizer uma simples frase: “see you one day in London” – Te vejo algum dia em Londres.
Contudo, Cleveland se afastou por quatro anos do cenário Drum & Bass. Só não contava que quem o faria retornar para o meio seria o mesmo rapaz do Free Jazz Festival de 1997 – DJ Patife.
O próprio Cleveland Watkiss se encantou pela música “Só tinha de ser com você”, quando ouviu através do mesmo DJ Fábio (dono da compilação que Patife adquirira em 1996). Cleveland estava na casa noturna de Fábio e dali saiu decidido a achar o DJ que produziu aquela versão da música. Ele foi até a agência Bulldozer, que representa Patife na Inglaterra, para perguntar a Oliver (empresário), como conhecer o DJ que fez o remix de Fernanda Porto. Oliver prontamente ligou para Patife, que já estava com as passagens marcadas para sua próxima ida à Inglaterra. Eles se encontraram e Patife ainda o fez lembrar do marcante dia do Free Jazz Festival, o que fez Cleveland ficar deslumbrado, pois apesar de lembrar da situação, jamais imaginou que era ele o autor de tal remix. Dias mais tarde estavam Cleveland Watkiss e DJ Patife, no bar Rumba, na Inglaterra, transmitindo para todo mundo, através da cobertura da BBC, um set onde se tocou pela primeira vez, ao vivo, o remix “Sambassim”. Também foi nessa ocasião, através de Patife, que a famosa música “Carolina, carol bela”, remix de seu amigo Marky, tocou além fronteiras.
Dentre todas as emoções que esse ano trouxe, também se deve citar o lançamento do CD Cool Steps, o qual DJ Patife colocou na primeira faixa a canção “Torch of freedom”, com o vocal de Cleveland Watkiss. A rotina de Patife passou a contar com inúmeras turnês pelo mundo; Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Croácia, Dinamarca, Escócia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Hungria, Inglaterra, Itália, Jamaica, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Porto Rico, Portugal, República Tcheca, Sérvia, Singapura, Suécia, Suíça, Venezuela são alguns exemplos.
Ano de muito aprendizado foi o de 2002. Infelizmente, esse ano se fez marcante pela morte de seu pai biológico, Valdeci. Patife passou pela dor da aceitação com hombridade e superando a separação física dele com seu amigo e pai. Contudo, como todo grande sofrimento, vem sempre um grande aprendizado. O DJ se dedicou aos estudos espiritualistas, o que o engrandeceu ainda mais enquanto ser humano. A year full of hard lessons came along in 2002.
Envolto a idéias soltas, Patife começou a escrever projetos sem maiores pretensões, mas os escrevia. Num dado momento, um desses projetos precisou de uma identidade mais forte. Foi quando ele pediu ajuda ao seu amigo Sirley Silva, popularmente conhecido como Neg. Sem a menor dúvida, Neg deu luz e forma ao projeto de Patife. Ao finalizarem as idéias, apresentaram o projeto para Edo Van Duyn (agente e amigo de Patife desde sua primeira ida à Inglaterra). Edo foi o primeiro agente da Bulldozer a abrir um escritório no Brasil e notoriamente foi um dos responsáveis pelo respeito que os DJs do Drum & Bass têm hoje no Brasil. Sem dúvidas, ele representa muito na vida do DJ Patife, não apenas como empresário, mas como amigo e confidente pessoal.
No decorrer do tempo, também se agregaram às experiências de Patife, participações em festivais de grande porte, tais como as seis edições do Skol Beats (2000-2006), Big Chill, Brasília Music Festival Eletronic, Ceará Music Festival, Exit, Festival de Verão, Glastonbury, Homelands, Lovebox, Metamorfose, The Montreoux Jazz Festival, Rock In Rio Lisboa, Womad, dentre outros. Entre turnês, festivais e apresentações, Patife abriu o Prêmio Multishow de Música Brasileira, no Rio de Janeiro e também lançou o CD “The Drum & Bass Fiesta” com o DJ Suv em 2003.
Este ano também muito importante para Patife. Ele sentiu necessidade de resgatar suas origens, de onde vieram seus pais e onde estavam seus familiares que jamais conhecera. Ele lembrava que o sonho de seu pai era viajar de avião com ele até Marabá, cidade onde mora seu avô paterno. Rapidamente ele se juntou à mãe, traçou um roteiro e foi descobrir de onde vinham seus antecessores. Essa viagem, que durou sete dias, passou por cidades como Bom Jesus da Lapa (BA), Morpará (BA), Mocambo (BA), Marabá (PA) e Barbacena (MG). Levou consigo o amigo Ronaldo, que registrou tudo, fez filmagens únicas de um momento ímpar da vida de Patife. O DJ pretende transformar essas filmagens em um DVD que contará toda sua história, contudo, no momento as filmagens estão aguardando a chance de virar realidade, pois os custos de um DVD são altos.
Como Patife vivia separado da família, pois os irmãos, a mãe, a sobrinha, (Bianca, filha da irmã mais velha, nascida em dezoito de março de 2000), a avó materna, (dona Ornelina Pereira Ribeiro), e a enfermeira que cuidava de dona Ornelina, moravam num apartamento pequeno no mutirão do CDHU, em Taipas, bairro paulista. Patife não conseguiu se adaptar e dormia ora na casa de um amigo, ora na casa de outro até conseguir dividir um apartamento com seu amigo Márcio, em São Caetano. Ainda assim, vivia incomodado com aquela situação e em março de 2003, comprou uma casa no bairro Jardim Cupecê, sem contar para ninguém. A casa ficou fechada um ano, pois precisava de pequenas reformas.
Paralelamente, foi em 2003 que a saga do CD “Na estrada” começou. Patife começou a escolher as músicas que gostaria que fizesse parte da gama que ia compor o seu CD, pensou nos nomes que iriam fazer parte dos vocais e demais detalhes. Seus horizontes se expandiram de forma única ao estudar no Instituto de Áudio e Vídeo – IAV, também no mesmo ano. Ali, ainda que as viagens interrompessem um pouco, ele aprendeu e conheceu pessoas fantásticas, que contribuíram muito para o CD, como para seu crescimento pessoal, a citar Marcelo Claret e Maurício Gargel. Ademais, ele pôde conhecer de perto a banda Cortejo Afro, já em Salvador, com quem gravou a música Made in Bahia, faixa 10 do CD “Na Estrada”, no estúdio de um dos mais brilhantes compositores, Carlinhos Brown.
Em 2004 finalmente ele consegue colocar todos os seus familiares para morar na casa que comprara um ano antes. Apenas sua avó não foi morar com eles, pois faleceu antes. Porém, sua mãe, seus irmãos e sua sobrinha foram habitar a casa. Patife também não deixa de acompanhar a avó paterna, dona Francisca, que ainda hoje mora na Vila Maria, zona norte de São Paulo.
Mais tranqüilo em relação à família, Patife, em parceria com a gravadora Trama lançou o CD “Trama Sessions”, haja vista Patife e Mad Zoo terem acumulado um rico material em remixes. Entre mais turnês e viagens, Patife descobriu que aquele seu antigo projeto, que criou vida com a ajuda de Neg, já tinha patrocinador, verba disponibilizada e pelo menos um de seus projetos estava saindo do papel. Ao final de 2004, ele ganhou da CLARO um ônibus, com o qual viajou para as principais cidades brasileiras, fazendo shows ao ar livre e de graça, para os mais diversos públicos. Essa turnê, uma das mais especiais da vida de Patife, durou dois meses, passou por cidades como Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Shangri-lá, Florianópolis, Guaratuba, Brasília e Goiânia, e foi também totalmente documentada, através de gravações, as quais Patife também sonha em transformar em DVD e adverte que não desistirá. Mas aprendeu a respeitar o tempo e fazer os seus projetos acontecerem no momento certo.
Portanto, a turnê CLARO terminou em janeiro de 2005 e o resto desse ano foi regado a shows, turnês, continuação do CD “Na Estrada”, aulas de música, gravações em estúdio, viagens internacionais para tocar onde quer que o público o levasse.
DJ Patife também fez Festas corporativas para empresas como Nike, Trip, MTV, Globo e NBA, além de cruzeiros, que nunca passa um ano sequer sem participar de algum, seja qual for a temática do navio, ele se adapta facilmente.
Em 2006 finalmente fica pronto o CD “Na Estrada”, tendo inclusive uma versão japonesa, que o fez participar de uma calorosa turnê no Japão. Para Patife, é a realização de mais um sonho dentre tantos que ainda vai realizar, pois ali estão reunidas canções que ele gosta muito, com cantores que se tornaram também amigos, como Camila Andrade (Diariamente), Max Vianna (Enigma – música que inclusive tem um clipe excelente), Cleveland Watkiss (Overjoyed), Simoninha e Janaína Holland (Que Pena), fora as demais contribuições, todas fundamentais para o acontecimento do trabalho, sem deixar de citar os companheiros Claret e Mad Zoo.
DJ Patife permanece em constantes viagens divulgando o novo trabalho nacional e internacionalmente. Para ele também é importante divulgar sempre o trabalho dos demais, pois acredita que há espaço para todos os bons músicos.
Hoje ele ainda tem vontade de fazer os dois DVDs e também está inserido no surgimento de um novo cenário relacionado à saúde. Por ser um DJ que não bebe, não fuma e nem faz uso de entorpecentes, sendo adepto de uma alimentação balanceada (porém sem carne vermelha), o DJ agora pretende desenvolver projetos os quais possa tocar durante o dia, em locais abertos, onde há esportes, como praia e clubes, principalmente aproveitando o verão brasileiro. Ele tem como meta associar a musica eletrônica à saúde, amenizando assim a imagem negativa que gira em torno do meio eletrônico. O primeiro passo já foi dado; DJ Patife começou a tocar na academia Reebok da Vila Olímpia a partir de outubro de 2006, onde também é aluno, ora, para agüentar o ritmo forte que vive, é quase uma condicional um bom preparo físico. O primeiro resultado foi quase que imediato. Os alunos gostaram e isso fez com que ele se apresentasse na festa de aniversário da academia, que também foi uma experiência incrível. Alguns outros projetos ainda estão por vir em parceria com a academia e demais lugares referentes à saúde.
Patife continua a ministrar palestras sobre música eletrônica, algumas inclusive de graça para os mais diversos Sesc e locais onde se executam projetos para menores carentes.
Com mais intensidade que nunca, continua também estudando música, tendo aulas semanais, e procurando aprender sempre.
Assim é Wagner Ribeiro de Souza, hoje com experientes 30 anos e um caminho de longevidade que ainda está por vir. Sempre com uma fé constante que o sustenta uma pessoa iluminada e simples, pensando sempre no próximo e em ajudar na medida em que pode, os que precisam.
Disponível desde já a primeira biografia do DJ Patife, em seu site. A qual ele pessoalmente acompanhou todos os passos.
Nos primeiros cinco meses de vida, DJ Patife provou que ainda queria ficar e lutar pela vida, haja vista ter sido esse um dos momentos mais difíceis da sua infância. Nesse período, teve algumas doenças tais como caxumba, catapora, rubéola, e ainda que se acreditasse que não viveria muito tempo depois das seqüenciais doenças, ele sobreviveu. Em suma, seu primeiro ano de vida já era reflexo de que muitas dificuldades viriam, e sempre coube a ele a missão de superá-las.
Quando tinha um ano e dez meses, exatamente no dia quinze de julho de 1978, seus pais lhe presentearam com a primeira irmã, Ana Paula Ribeiro de Souza.
As condições financeiras da família eram reduzidas. Seu pai exercia a profissão de garçom e sua mãe era dona de casa, portanto, era evidente que se vivia dentro de um padrão de vida limitado. Várias mudanças residenciais aconteceram, fazendo com que as mudanças escolares e de adaptação de vida fossem também uma constante na vida de Patife.
Como a renda de seu pai não era suficiente para o sustento dos quatro membros da família, seus avós paternos e maternos além de outros membros da família complementavam a renda das demais necessidades.
Aos seis anos de idade, Patife encarou a separação de seus pais. Durante algum tempo, conviveu bastante com a avó paterna, dona Francisca dos Santos Rosa.
Das recordações da infância, em termos de diversão, ele relata que gostava de jogar tele-jogo, atari e principalmente gravar fita k7 de um programa da extinta rádio Power FM, uma rádio não oficial, que se localizava no bairro de sua moradia à época, Jardim Cupecê. Além de gravar o programa, ele ainda gravava a própria voz nas fitas.Em 1983, sua mãe se casou novamente com Luiz Francisco da Silva. Luiz acrescentou de forma positiva em vários aspectos na vida do DJ, dentre alguns valores que traz consigo até os dias atuais se podem citar a fé e a espiritualidade. Ademais, foi com o seu padrasto que Patife sentiu as obrigações escolares dentro de casa: tinha horários dedicados aos estudos e Luiz conferia de perto seu progresso.
Quando Patife completou nove anos de idade, sua mãe e padrasto aumentaram a família com a chegada de Lívia Maria Ribeiro da Silva, em sete de novembro de 1985.
A presença de seu pai biológico também era contínua. Foi ele que o ensinou a trabalhar. Aos dez anos, Patife aprendeu a profissão do pai. Para ele, a infância passou depressa e logo teve que trabalhar para complementar a renda familiar. Em seus reduzidos momentos de lazer, eram evidentes as gravações de fitas e brincadeiras com a própria voz, ou seja, antes mesmo de completar dez anos ele já demonstrava uma certa tendência à musicalidade. Em 1987, com apenas onze anos ele pisou pela primeira vez numa discoteca, em uma matinê.
Aos doze anos mais um irmão chegou à vida de Patife. Agora era a vez de Antônio Francisco da Silva Neto, em quatorze de Outubro de 1988. Também foi em 88 que Patife começou a entregar pizza ao passar alguns dias com o pai biológico.
A entrada na adolescência vinha acompanhada da responsabilidade de ajudar em casa, as mudanças residenciais continuavam, contudo, no período de 1988 e 1989, Patife ainda residia no bairro Jardim Cupecê, localizado na zona sul de São Paulo.
Jéssica Idalina Ribeiro da Silva, irmã mais nova de Patife, nasceu em quatorze de dezembro de 1990. No mesmo ano o DJ teve sua carteira de trabalho registrada pela primeira vez, como mensageiro. Aos finais de semana, ele fazia pequenos bailes no bairro que morava, festas juninas, festas nas garagens dos colegas, um hobby um tanto quanto amador, mas sempre inserido no seu escasso tempo livre. A rotina do trabalho durante a semana e as festas de fim de semana fizeram com que Patife amadurecesse muito rápido. Ainda que tocasse por diversão, não havia um sábado sem um casamento, uma festa de escola ou um baile na praça.
Desde a adolescência, as influencias de gêneros musicais diversos já lhe acompanhava, tais como Michael Jackson, Stevie Wonder, Earth, Wind & Fire, e por algum motivo, que àquela época não lhe fazia muito sentido, Patife gostava de instrumentos de sopro, destacando o saxofone. Ele comprou seu primeiro disco neste ano: DJ Iraí Campos e os sons das pistas – Volume 1.
Infelizmente, no mesmo ano em que a família cresceu com a chegada da irmã caçula, foi o ano em que Patife sofreu a perda de seu padrasto Luiz.
Em junho de 1991, Patife começou a trabalhar na Health Assistência Médica, exerceu o cargo de office boy. Esse emprego ensinou muito ao DJ. Como tinha de andar a cidade inteira, ele acabou por dominar cada bairro, cada rua, cada endereço. No que tange à musicalidade, Patife se aproximou ainda mais do black music, jazz e soul. Escutava sempre rádio, as preferidas eram a Band FM com as equipes de som como a Chick Show, Black Mad, Kaskatas e Zimbabwe, a rádio Jovem Pan, que tinha Juninho Mazzei com o programa “rádio fly” e a rádio Nova FM Record (que atualmente se chama Nova Brasil FM), com Alexandre Medeiros, Beto Keller e Ricardo Guedes. DJ Patife jamais sairia de casa sem gravar os programas citados. É esse um dos motivos de seu apelido – Patife. Entre os amigos, ele era sempre o “Patife”, que andava com a caixa de fitas k7 nas mãos em vez de brincar.
Passando para 1992, Patife teve um contato mais próximo com o Rap através do grupo “Fatos Reais”. Essa passagem possibilitou ao DJ conhecer, respeitar e entender o movimento dos rappers. Segundo Patife, aqui que ele começou a sentir as suas tendências musicais e seu estilo próprio. Começou a se interessar por conhecer as origens do jazz, raggae, funk, samba e demais gêneros brasileiros.
Alternando seu tempo, ele trabalhava e nos momentos livres, freqüentava a galeria 24 de maio, DJ shopping, Santa Efigênia, procurando entender mais sobre algo que era um hobby, mas a cada dia adquiria um sentido mais claro em sua vida. Esforçava-se para estar envolvido nas casas noturnas, mas não havia parado de fazer os bailes no bairro, ser parte das equipes de som, tocar em festas juninas. O importante era o efeito que a musica causava nele e nos que o ouviam.
Depois de quatro anos trabalhando na Health Assistência Médica, em 1995 ele assumiu o cargo de auxiliar de exportação na empresa Nippon Express. Foi também em 95 que a brincadeira de DJ tomou forma mais séria, pois Patife começou a tocar na “Arena Music Hall”, uma casa noturna que abriu várias portas em sua carreira.
Existiam encontros de DJ e agora as fitas que ele levava consigo já não eram mais gravações de programas de rádio e sim da sua própria música. Esses encontros pareciam verdadeiras comunidades, os Djs falavam a mesma língua.
Certa vez, em 1993, numa de suas visitas às lojas de disco, Patife conheceu Marco, que mais tarde veio a se tornar o renomado DJ Marky. Os dois se tornaram amigos e ícones do gênero musical jungle, hoje conhecido como Drum & Bass.
A Arena Music Hall teve um valor único em sua vida. Enquanto ele mexia as estruturas da zona sul, Marky estremecia a zona leste paulista. Havia outros DJs que também tocavam o mesmo ritmo pela cidade, como seus amigos Koloral e Andy.
Com apenas um ano como auxiliar de exportação, DJPatife se rendeu aos prazeres da música e se tornou vendedor de discos, assim como Marky, numa loja chamada “The B Side”, onde trabalhou até 1997.
Chegamos então ao ápice da coragem e vontade do DJ Patife. Através de um colega britânico que havia conhecido na loja de discos, Patife e Marky decidiram ir até a Inglaterra conhecer de perto a origem do som que faziam. Sem recursos, Patife teve auxílio de Ricardo Coppini, que financiou sua viagem em 8 vezes pela Vasp. Só assim ele teve como pagar. Retornou da viajem já pensando em voltar à Inglaterra no ano seguinte. Finally we go into the most expected moment of his career.
Não satisfeito e decidido a bater a porta de uma agencia inglesa que ele viu no verso de um panfleto, ele resolveu gravar alguns vídeos VHS de suas festas e apresentações, arrumou as malas e partiu novamente para a Inglaterra, agora já em 1998. O mesmo amigo que confiou em emprestar o cartão pela primeira vez foi o mesmo que dividiu sua segunda empreitada para o Reino Unido, agora em 10 parcelas, pela Transbrasil. Ele relata que essa foi uma das passagens mais caras de sua vida, pois era momento de Copa do Mundo em Paris. DJ Patife de fato conseguiu fazer com que aqueles agentes o escutassem, mas apesar de encantados com o trabalho, pouco poderiam fazer por ele. Contudo, o pouco virou suficiente para o DJ. Existia uma festa na Inglaterra chamada Movement. Esses agentes permitiram que Patife utilizasse o nome da festa no Brasil e ele assim o fez; lançou a movement na Arena Music Hall, em São Paulo, com cartão de fidelização e demais organizações, que somente poderiam ser criados pelos detalhistas Wagner Ribeiro de Souza e Márcio Duarte (grande amigo dos idos de 1996). O sucesso foi visível, o Drum & Bass tomou força em todo país. Juntando ao acontecimento da festa movement, Patife reencontrou um amigo chamado Bruno E. que estava lançando seu próprio selo intitulado Sambaloco Records em parceria com a gravadora Trama. O resultado dessa junção para o DJ Patife foi seu primeiro CD – Sounds of Dum`n`Bass, que trouxe consigo influências do Jazz e da música brasileira. A aceitação foi excelente, de repercussão surpreendente.
Alguns produtores participaram e ainda influenciam de maneira singular a carreira de Patife, a citar Mad Zoo, Ramilson Maia e Xerxes de Oliveira. Foram esses os nomes que ajudaram o DJ a viver as primeiras experiências em estúdio em 1999. Neste mesmo ano, Patife abriu o show do Chemical Brothers, no Via Funchal e começou a fazer um programa na rádio Energia 97, que está no ar até hoje. O programa se chama Bass Line e acontece aos domingos, de 23:00 às 00:00 horas.
O ano 2000 trouxe grandes momentos para a carreira do DJ Patife. A começar pela sua produção em parceria com Mad Zoo da faixa “The Vibes”, que se encontra num CD da gravadora Trama intitulado “Spiritual Drum & Bass”, na seqüência, produziu com Xerxes o primeiro remix para o cantor e compositor Max de Castro, de uma música intitulada “Pra você lembrar”. O resultado desse trabalho foi brilhante e se tornou uma das musicas mais tocadas não somente no Brasil como em diversos outros países. Também foi nesse ano, em uma apresentação no Sesc da Consolação, bairro paulista, que Patife conheceu Fernanda Porto, que o presenteou com um CD demo. Ao ouvir o CD, haja vista todos os CDs que ele recebe são ouvidos, enlouqueceu com a música “Sambassim” e pediu para fazer um remix. Prontamente, Patife, Marky, Dudu Marote e Fernanda Porto fizeram a música “Só tinha de ser com você”.
Ainda no embalo do mesmo ano, aconteceu o primeiro Skol Beats em São Paulo. E pela primeira vez o DJ fazia som para um desfile no Morumbi Fashion, para a marca Cia Marítima.
Aproveitando o bom andamento profissiolanl, Patife fez vários remixes com o amigo Mad Zoo para variadas bandas e cantores, tais como Tribalistas, Funk como le Gusta, Wilson Simoninha, Da Lata, Koop, Alph X e Les Gemmas.
Já em 2001, ano que também reservou surpresas, Patife pôde conhecer uma pessoa que admirava desde 1996, quando ouviu uma compilação do DJ Fábio, chamada “the promised land”. Quem fez um dos vocais dessa compilação foi Cleveland Watkiss. Desde o momento em que ouviu a música de Cleveland, ele gostaria de conhecer aquele cantor. Eis que em 1997, Cleveland se apresentou no extinto Free Jazz Festival (pela gravadora Metal Headz), e ao final da apresentação, ele foi se despedir de alguns que ali ainda estavam presentes e dentre esses estava DJ Patife, que teve apenas a chance de dizer uma simples frase: “see you one day in London” – Te vejo algum dia em Londres.
Contudo, Cleveland se afastou por quatro anos do cenário Drum & Bass. Só não contava que quem o faria retornar para o meio seria o mesmo rapaz do Free Jazz Festival de 1997 – DJ Patife.
O próprio Cleveland Watkiss se encantou pela música “Só tinha de ser com você”, quando ouviu através do mesmo DJ Fábio (dono da compilação que Patife adquirira em 1996). Cleveland estava na casa noturna de Fábio e dali saiu decidido a achar o DJ que produziu aquela versão da música. Ele foi até a agência Bulldozer, que representa Patife na Inglaterra, para perguntar a Oliver (empresário), como conhecer o DJ que fez o remix de Fernanda Porto. Oliver prontamente ligou para Patife, que já estava com as passagens marcadas para sua próxima ida à Inglaterra. Eles se encontraram e Patife ainda o fez lembrar do marcante dia do Free Jazz Festival, o que fez Cleveland ficar deslumbrado, pois apesar de lembrar da situação, jamais imaginou que era ele o autor de tal remix. Dias mais tarde estavam Cleveland Watkiss e DJ Patife, no bar Rumba, na Inglaterra, transmitindo para todo mundo, através da cobertura da BBC, um set onde se tocou pela primeira vez, ao vivo, o remix “Sambassim”. Também foi nessa ocasião, através de Patife, que a famosa música “Carolina, carol bela”, remix de seu amigo Marky, tocou além fronteiras.
Dentre todas as emoções que esse ano trouxe, também se deve citar o lançamento do CD Cool Steps, o qual DJ Patife colocou na primeira faixa a canção “Torch of freedom”, com o vocal de Cleveland Watkiss. A rotina de Patife passou a contar com inúmeras turnês pelo mundo; Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Croácia, Dinamarca, Escócia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Hungria, Inglaterra, Itália, Jamaica, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Porto Rico, Portugal, República Tcheca, Sérvia, Singapura, Suécia, Suíça, Venezuela são alguns exemplos.
Ano de muito aprendizado foi o de 2002. Infelizmente, esse ano se fez marcante pela morte de seu pai biológico, Valdeci. Patife passou pela dor da aceitação com hombridade e superando a separação física dele com seu amigo e pai. Contudo, como todo grande sofrimento, vem sempre um grande aprendizado. O DJ se dedicou aos estudos espiritualistas, o que o engrandeceu ainda mais enquanto ser humano. A year full of hard lessons came along in 2002.
Envolto a idéias soltas, Patife começou a escrever projetos sem maiores pretensões, mas os escrevia. Num dado momento, um desses projetos precisou de uma identidade mais forte. Foi quando ele pediu ajuda ao seu amigo Sirley Silva, popularmente conhecido como Neg. Sem a menor dúvida, Neg deu luz e forma ao projeto de Patife. Ao finalizarem as idéias, apresentaram o projeto para Edo Van Duyn (agente e amigo de Patife desde sua primeira ida à Inglaterra). Edo foi o primeiro agente da Bulldozer a abrir um escritório no Brasil e notoriamente foi um dos responsáveis pelo respeito que os DJs do Drum & Bass têm hoje no Brasil. Sem dúvidas, ele representa muito na vida do DJ Patife, não apenas como empresário, mas como amigo e confidente pessoal.
No decorrer do tempo, também se agregaram às experiências de Patife, participações em festivais de grande porte, tais como as seis edições do Skol Beats (2000-2006), Big Chill, Brasília Music Festival Eletronic, Ceará Music Festival, Exit, Festival de Verão, Glastonbury, Homelands, Lovebox, Metamorfose, The Montreoux Jazz Festival, Rock In Rio Lisboa, Womad, dentre outros. Entre turnês, festivais e apresentações, Patife abriu o Prêmio Multishow de Música Brasileira, no Rio de Janeiro e também lançou o CD “The Drum & Bass Fiesta” com o DJ Suv em 2003.
Este ano também muito importante para Patife. Ele sentiu necessidade de resgatar suas origens, de onde vieram seus pais e onde estavam seus familiares que jamais conhecera. Ele lembrava que o sonho de seu pai era viajar de avião com ele até Marabá, cidade onde mora seu avô paterno. Rapidamente ele se juntou à mãe, traçou um roteiro e foi descobrir de onde vinham seus antecessores. Essa viagem, que durou sete dias, passou por cidades como Bom Jesus da Lapa (BA), Morpará (BA), Mocambo (BA), Marabá (PA) e Barbacena (MG). Levou consigo o amigo Ronaldo, que registrou tudo, fez filmagens únicas de um momento ímpar da vida de Patife. O DJ pretende transformar essas filmagens em um DVD que contará toda sua história, contudo, no momento as filmagens estão aguardando a chance de virar realidade, pois os custos de um DVD são altos.
Como Patife vivia separado da família, pois os irmãos, a mãe, a sobrinha, (Bianca, filha da irmã mais velha, nascida em dezoito de março de 2000), a avó materna, (dona Ornelina Pereira Ribeiro), e a enfermeira que cuidava de dona Ornelina, moravam num apartamento pequeno no mutirão do CDHU, em Taipas, bairro paulista. Patife não conseguiu se adaptar e dormia ora na casa de um amigo, ora na casa de outro até conseguir dividir um apartamento com seu amigo Márcio, em São Caetano. Ainda assim, vivia incomodado com aquela situação e em março de 2003, comprou uma casa no bairro Jardim Cupecê, sem contar para ninguém. A casa ficou fechada um ano, pois precisava de pequenas reformas.
Paralelamente, foi em 2003 que a saga do CD “Na estrada” começou. Patife começou a escolher as músicas que gostaria que fizesse parte da gama que ia compor o seu CD, pensou nos nomes que iriam fazer parte dos vocais e demais detalhes. Seus horizontes se expandiram de forma única ao estudar no Instituto de Áudio e Vídeo – IAV, também no mesmo ano. Ali, ainda que as viagens interrompessem um pouco, ele aprendeu e conheceu pessoas fantásticas, que contribuíram muito para o CD, como para seu crescimento pessoal, a citar Marcelo Claret e Maurício Gargel. Ademais, ele pôde conhecer de perto a banda Cortejo Afro, já em Salvador, com quem gravou a música Made in Bahia, faixa 10 do CD “Na Estrada”, no estúdio de um dos mais brilhantes compositores, Carlinhos Brown.
Em 2004 finalmente ele consegue colocar todos os seus familiares para morar na casa que comprara um ano antes. Apenas sua avó não foi morar com eles, pois faleceu antes. Porém, sua mãe, seus irmãos e sua sobrinha foram habitar a casa. Patife também não deixa de acompanhar a avó paterna, dona Francisca, que ainda hoje mora na Vila Maria, zona norte de São Paulo.
Mais tranqüilo em relação à família, Patife, em parceria com a gravadora Trama lançou o CD “Trama Sessions”, haja vista Patife e Mad Zoo terem acumulado um rico material em remixes. Entre mais turnês e viagens, Patife descobriu que aquele seu antigo projeto, que criou vida com a ajuda de Neg, já tinha patrocinador, verba disponibilizada e pelo menos um de seus projetos estava saindo do papel. Ao final de 2004, ele ganhou da CLARO um ônibus, com o qual viajou para as principais cidades brasileiras, fazendo shows ao ar livre e de graça, para os mais diversos públicos. Essa turnê, uma das mais especiais da vida de Patife, durou dois meses, passou por cidades como Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Shangri-lá, Florianópolis, Guaratuba, Brasília e Goiânia, e foi também totalmente documentada, através de gravações, as quais Patife também sonha em transformar em DVD e adverte que não desistirá. Mas aprendeu a respeitar o tempo e fazer os seus projetos acontecerem no momento certo.
Portanto, a turnê CLARO terminou em janeiro de 2005 e o resto desse ano foi regado a shows, turnês, continuação do CD “Na Estrada”, aulas de música, gravações em estúdio, viagens internacionais para tocar onde quer que o público o levasse.
DJ Patife também fez Festas corporativas para empresas como Nike, Trip, MTV, Globo e NBA, além de cruzeiros, que nunca passa um ano sequer sem participar de algum, seja qual for a temática do navio, ele se adapta facilmente.
Em 2006 finalmente fica pronto o CD “Na Estrada”, tendo inclusive uma versão japonesa, que o fez participar de uma calorosa turnê no Japão. Para Patife, é a realização de mais um sonho dentre tantos que ainda vai realizar, pois ali estão reunidas canções que ele gosta muito, com cantores que se tornaram também amigos, como Camila Andrade (Diariamente), Max Vianna (Enigma – música que inclusive tem um clipe excelente), Cleveland Watkiss (Overjoyed), Simoninha e Janaína Holland (Que Pena), fora as demais contribuições, todas fundamentais para o acontecimento do trabalho, sem deixar de citar os companheiros Claret e Mad Zoo.
DJ Patife permanece em constantes viagens divulgando o novo trabalho nacional e internacionalmente. Para ele também é importante divulgar sempre o trabalho dos demais, pois acredita que há espaço para todos os bons músicos.
Hoje ele ainda tem vontade de fazer os dois DVDs e também está inserido no surgimento de um novo cenário relacionado à saúde. Por ser um DJ que não bebe, não fuma e nem faz uso de entorpecentes, sendo adepto de uma alimentação balanceada (porém sem carne vermelha), o DJ agora pretende desenvolver projetos os quais possa tocar durante o dia, em locais abertos, onde há esportes, como praia e clubes, principalmente aproveitando o verão brasileiro. Ele tem como meta associar a musica eletrônica à saúde, amenizando assim a imagem negativa que gira em torno do meio eletrônico. O primeiro passo já foi dado; DJ Patife começou a tocar na academia Reebok da Vila Olímpia a partir de outubro de 2006, onde também é aluno, ora, para agüentar o ritmo forte que vive, é quase uma condicional um bom preparo físico. O primeiro resultado foi quase que imediato. Os alunos gostaram e isso fez com que ele se apresentasse na festa de aniversário da academia, que também foi uma experiência incrível. Alguns outros projetos ainda estão por vir em parceria com a academia e demais lugares referentes à saúde.
Patife continua a ministrar palestras sobre música eletrônica, algumas inclusive de graça para os mais diversos Sesc e locais onde se executam projetos para menores carentes.
Com mais intensidade que nunca, continua também estudando música, tendo aulas semanais, e procurando aprender sempre.
Assim é Wagner Ribeiro de Souza, hoje com experientes 30 anos e um caminho de longevidade que ainda está por vir. Sempre com uma fé constante que o sustenta uma pessoa iluminada e simples, pensando sempre no próximo e em ajudar na medida em que pode, os que precisam.
Disponível desde já a primeira biografia do DJ Patife, em seu site. A qual ele pessoalmente acompanhou todos os passos.
Site oficial do DJ Patife: www.djpatife.com.br
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